segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Entrevistando Renata Porto - "Tinha"

Abaixo vocês terão o prazer de conhecer minha amiga a Jornalista Renata Porto. Esta guria que conheci em uma noite de formatura e nunca mais esqueci tem um astral maravilhoso e sempre muitos assuntos interessantes. O que mais gosto nela é que tem tantos gestos para contar as histórias da sua vida que acabamos vivenciando estes inúmeros acontecimentos, pois como ela mesma conta na entrevista já morou em tantos lugares e conheceu tanta gente... tem um namorado que eu adoro e um jeito de conquistar todos a sua volta.

Resuminho da vida:
Nasci em Brasília, onde vivi até meus 16 anos. Como meus pais são gaúchos, vim morar aqui em 1988, mais precisamente, em Lajeado. Só saí de lá para morar em Poa. Sou jornalista, formada pela Unisinos, em 2002. Mas atuo como repórter desde 1993, quando comecei no Jornal O Informativo, em Lajeado. Trabalhei como repórter em rádio, fui assessora de imprensa, inclusive na SECOM da Prefeitura de Gravataí e de dois deputados; fiz estágio na RBS TV, mas agora trabalho na Revista Evidência de Gravataí, onde também moro hoje. Tenho amizades que contam mais de 20 anos, sou expansiva e muito feliz.
1. Você está contente com o modo como está vivendo nesse momento?
Muito. Nunca fui tão feliz. Tudo funciona como eu sempre quis, tanto no âmbito pessoal, quanto no profissional. Obviamente não sou uma jornalista que esteja em um patamar alto, trabalhando para uma grande corporação (o que nem sempre significa ser feliz). No entanto, atuo em uma empresa com 25 anos, grande em outros aspectos, com a qual aprendo bastante todos os dias. Nela, tenho a oportunidade de ser convidada a entrar na vida das pessoas e a conhecer suas anônimas, mas nem por isso, menos ricas histórias. Isso, para mim, é imensamente gratificante. Poder provocar lembranças que emocionam cada entrevistado, conhecer detalhes da sua trajetória e aprender com todos, da criança ao mais velho, verdadeiras lições de vida. Comecei em 1993 como repórter policial e, depois disso, já trabalhei em rádio, TV, em assessoria de empresas e políticas e, hoje, posso narrar histórias reais, sem ter que enfeitar ou camuflar. No campo pessoal, só posso me gabar de ter sido escolhida por Deus ao nascer na família que tenho. Minha mãe, com seus 75 anos de sabedoria, goza de muito boa saúde. É inteligente, lúcida, sabe tudo sobre futebol de campo, além de conhecer as regras também do americano, vê se pode? Esporte de qualquer modalidade é com ela: Rugby, Golf, Tênis, Box. Tudo a interessa nesse assunto. É conhecedora de cultura geral como ninguém e fala sobre qualquer tema que entre na roda. Meu paizinho partiu cedo demais, mas era como ela. Sem fazer muita propaganda, que nesse caso, não é a alma do negócio, estou muito bem servida de amor também. Encontrei alguém especial que procurei a vida toda. Sei que é para valer e tem sido assim por toda a eternidade, pois tenho a certeza que a cada vida combinamos de nos amarmos novamente. Nunca senti nada igual antes e lá se vão gostosos e leves quatro anos. Queria que todos sentissem esse tipo de amor, onde se ama e se é amado na mesma medida, sem cobranças, só tendo a somar. Desculpe, Angelazinha, jornalista, geralmente, fala e escreve demais.
2. Qual foi a melhor época de sua vida?
Todo mundo responde a infância. Eu digo o mesmo, mas acrescento a adolescência, pois nasci e cresci (para quem me conhece sabe que, nesse quesito, não muito), em Brasília. Fui extremamente feliz naquela cidade pensada por Oscar Niemayer, Lúcio Costa e executada por Juscelino kubitschek. Lá pude conviver e aprender tudo sobre verdadeiros amigos, os quais tenho como irmãos, mais até do que os cinco, de sangue, por parte de pai. Foi onde dei os primeiros passos, o primeiro beijo, fui escoteira; Naquela terra sem umidade fui apresentada aos Beatles e tive o privilégio de assistir, in loco, a explosão da Legião Urbana, cuja banda pude ouvir e ver ao vivo. Ainda havia, no Circo Voador, Paralamas, Capital Inicial, Plebe Rude, Ira, Biquíni Cavadão e Titãs com o melhor álbum que criou, Cabeça Dinossauro. Na capital nada fria do país e sim, ao contrário do que rotulam, com muitas esquinas, foi onde vi, pela última vez, minha família toda reunida e feliz. Lá jogava bete e queimada – taco e caçador aqui no sul – respectivamente. Subia em árvores, no telhado da casa quando queria ler; brincava de pique-esconde, de salada mista e aprendi a ser quem sou; tive coqueluche, hepatite, sarampo e sobrevivi. Mas posso falar com certeza: também nunca tive um presente tão feliz! É nele que caibo hoje, pois nada me falta!
3. Diga um lugar inesquecível:
Posso ser chata e dizer mais que um? Brasília, Lajeado, Londres; o apartamento da minha avó, a praça da Guido Mondin, em Porto Alegre; minhas duas casas da infância, das quais lembro de cada pedacinho.
4. E uma pessoa inesquecível:
Alguém que fala como eu não pode ter, nos 38 anos de existência, apenas uma pessoa inesquecível. Minha mãe, meu pai, sem dúvida, meu namorado, o Xistian, que por si só já é inesquecível; todos os amigos que em cujos dedos nem cabem mais; os amigos que fiz em Londres e, que provavelmente, nunca mais verei e, por isso mesmo, são inesquecíveis.
5. Uma viagem que queira fazer:
Eu vou fazer, pois é um sonho a dois, quase um plano. Queremos percorrer a Europa e alguns outros países que aparecerem no roteiro que escolher com o Christian. Conhecer Liverpool está no topo da lista, pois a Inglaterra, dos Beatles, vem primeiro. Quero levá-lo por caminhos que já fiz e aprender junto dele tudo o que os olhos e a mente puderem absorver.
6. Você gosta do seu trabalho?
Amo. Mesmo sofrendo crises, às vezes, nunca tive dúvidas da minha profissão. Agora então, podendo descobrir em estranhos lições que servem para minha vida, é o máximo. Aprendo com meu trabalho todos os dias.
7. Se pudesse mudar alguma coisa na sua vida ou no mundo, o que seria?
Pôxa, essa é mais profunda, me pegou de sopetão. Na minha vida, se pudesse, transformaria em eternas as pessoas que amo, para nunca sentir a dor de perdê-las. Mas no resto dela deixaria tudo igualzinho, faria, inclusive o mesmo trajeto, sem mudar vírgula. No mundo, gostaria, de verdade, do fundo da minha alma, que todas as pessoas, em geral, eu disse todas, já nascessem sabendo que é preciso preservar o planeta através das nossas atitudes. Que isso não precisasse ser ensinado. Somos nós e mais ninguém que podemos nos salvar e às próximas gerações. Cabe a cada um evitar a degradação causada por nós mesmos. Será que somos tão burros e não percebemos que estamos nos matando mais depressa do que se pode imaginar? É tão lógico e, ao mesmo tempo, estamos cegos diante do inevitável. É desolador assistir a tudo fazendo nossa parte, tendo como companhia, a minoria.
8. Existe algo sem o qual você não viva?
Amor, minha mãe, o meu amor, meus amigos e meu cachorro.
9. Se ganhasse um prêmio milionário, o que faria?
Ih, isso já é pauta recorrente em minhas conversas. Daria uma casa para minha mãe, outra para minha sogra, um estúdio todo equipado para o Xistian, compraria uma boa casa pra gente morar, teria um ou dois Fuscas de colecionador só pra deixar na garagem; arrumaria um jeito de continuar trabalhando no que gosto sem ser funcionária, mas também, sem ser patroa. Mas faria os meus horários e dormiria o quanto quisesse. Coisa bem boa! No tempo livre, viajaria com o Xistian e com minha mãe, principalmente de navio. Também ajudaria a família e alguns amigos mais necessitados. Podendo, realizaria o sonho de alguns.
10. O que você gosta de fazer quando tem tempo livre?
Ler, dormir, ver DVD’s, programas culturais na TV e bobagens também. Ir ao cinema, ouvir música, escrever devaneios, ficar com minha mãe, viajar, passear, contemplar um pôr-do-sol daqueles, curtir uma lua cheia, esperar uma estrela cadente em um ambiente de pouca luz no céu, quando elas ficam abundantes. Estar diante de paisagens presenteadas pela natureza, também me seduz. Rir com o Xistian das bobagens que imaginamos, que criamos juntos e que falamos o tempo todo ou apenas ficar horas a fio aconchegadinha no peito e nos braços dele, dando e recebendo beijinhos já me basta e me refaz. Ele é imensamente carinhoso. A gente consegue ficar uma tarde toda deitados no escuro, conversando sobre tudo, filosofando, tecendo teorias sobre sentimentos e a vida. Isso é ter tempo livre mesmo, né? Hehehe.
11. Dinheiro traz felicidade?
Só quando podemos realizar sonhos ou nos curar de algum mal que nos aflige. Poder ajudar a quem precisa também é mágico. Ele é bom para não passarmos trabalho e ter algum conforto. Dispenso o luxo. Fico com o útil e com o que me dá prazer, como viagens, livros, DVD’s e alguns sapatos, que também não sou de ferro.
12. É possível ser feliz sozinho?
É possível viver momentos de solitude, o que é muitíssimo bom para o espírito e para a auto-estima. No entanto, não consigo prosseguir muito tempo só. Preciso de amigos junto de mim, da minha mãe e de estar amando, compartilhando o cotidiano, trocando alegrias, conhecimento, aprendizado. Gosto de gente, de conversar. Sozinha, só às vezes.
13. O que mais te irrita?
Falta de respeito e de educação. Hoje mesmo, ao chegar em casa, à meia-noite, tive que chamar o dono de um carro estacionado na frente da minha garagem. Ao conseguir entrar nela, percebi uma lata de cerveja no chão, pois na casa ao lado estava rolando uma festa. Quando descemos do carro, já havia mais três latinhas. Tive que reclamar. Acho esse tipo de coisa tremenda falta de respeito e de educação. Pôxa, eu nunca estaciono em frente de garagem alguma, pois pode ter uma emergência, sei lá. Fora as latas de cerveja, né? Quando vejo alguém maltratando os mais velhos ou qualquer pessoa, na verdade, fico louca também. Isso acontece mais com desconhecidos.
14. E o que te faz mais feliz?
Cara, é tão fácil me sentir feliz! Um dia de sol, a gargalhada gostosa do Xistian, da minha mãe, estar com os amigos, conversar num boteco bem vagabundo até amanhecer; viajar para qualquer lugar; ter a consciência de que tenho alguém certo na minha vida, pro resto dela; beijar qualquer tipo de beijo, dos mais pudicos aos mais quentes e molhados que só o Xistian soube me dar. (Pra quem disse que não ia fazer propaganda tô dando de presente, né? Hehehe); a lambida do meu cachorro quando acabou de tomar banho; ver e rever fotos que congelaram momentos lindos da minha vida; estar quentinha, sem sentir frio em nenhum lugar, principalmente no nariz, nos pés (durmo de pantufa) e nas orelhas; escrever no meu blog quando tenho tempo e assunto; Tomar café com leite e cassetinho com manteiga; assistir a programas antigos, como o primeiro Sítio do Pica-pau Amarelo, rever vitórias do Senna e gols do Inter; saborear pizza de tomate seco SEM RÚCULA e muitas outras coisas simplórias, que não caberiam aqui.
15. Você guarda muitos segredos?
Olha, eu guardo mais segredos dos outros que os meus próprios, pois não tenho muito o que não dizer. Geralmente, acabo me abrindo para amigos e para o Xistian. Segredo meu sempre é compartilhado com quem gosto, então deixa de ser segredo. Mas os dos outros guardo a cadeado. 16. Dormir sozinho ou acompanhado?
Sempre acompanhado, me enroscando nas pernas do outro ou abraçadinho. Tenho que estar sempre me encostado nele. Principalmente no inverno.
17. Banho frio ou quente?
Muitíssimo quente, pelando de sair fumaça! Frio, só no alto do verão. Não suporto o frio, uma vez que meu pequeno corpinho nasceu em uma terra que essa sensação não existe.
18. A expressão que você mais utiliza quando conversa é…
“Entende o que eu quero dizer?”, que muitas vezes, segundo o Xistian, que me ajudou nessa, substituo por “sabe assim?” Também uso bastante, “Ra-paz!” quando quero “interjeitar” sobre algo.
19. Como você acha que as pessoas te veem?
Dizem que sou integradora, muito amiga, que brinco bastante, que gosto de ajudar, alegre, desajeitada, estabanada, avoada e que falo muito. Acho que sou fácil de lidar, pois raramente mudo de humor ou fico irritada, briguenta. Caso aconteça, logo peço desculpas e fica tudo bem. Pisciana, entende?
20. Como você vê a entrevistadora que vos escreve (seja sincero!!)?
Cara, te acho a pessoa mais alegre e maluca do mundo. Muitíssimo amiga, capaz de tirar a roupa do corpo e dar para o outro, incapaz de ver alguém sofrendo e é querida pacas. Ainda por cima é dona de uma qualidade dificílima de encontrar em alguém: uma sinceridade extrema e até desconcertante. Isso é lindo em ti. Tenho certeza de que jamais vou saber de uma mentira tua, seja em qual ocasião for. Tem alma inconstante, pois está sempre querendo mudar, melhorar, aprender. Existe uma sede de vida no teu olhar que é transparente e contagia a gente. Ficar perto de ti só nos faz bem, pois tens uma energia gostosa, vibrante, pra cima. Essa sua alegria é um tesouro. Nunca a deixe arrefecer, pois a gente se nutre dela. Te adoro muitão, fico feliz que eu tenha esticado, um dia, a perna, pra vocês tropeçarem nela.

21. Diga uma frase ou música que expressa um pensamento com o qual você se identifica: “Estremeço se dizem bem.” Fernando Pessoa.

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